Após um passeio por uma trilha, muitos tombos, conseguir enterrar a objetiva da T2i no barro, etc., registrei alguns momentos e testei o efeito Véu, que sempre quis fazer mas não havia visitado nenhuma cachoeira nos últimos tempos.
Mas como funciona?
Quando tiramos uma foto, a câmera em automático, ou qualquer outro modo onde o tempo de exposição não é ajustado automaticamente, a câmera tenta escolher este tempo no menor valor possível, assim, as tremidas são evitadas. Desta forma, uma foto de uma queda d'água fica assim:
Mas a água está parada! Não passa a sensação de movimento. A foto foi tirada em ISO 3200, f/3.5, 1/200s, 18mm.
Para tentar passar a impressão de movimento, e conseguir um efeito, que ao meu ver, fica mais bonito, precisamos de um tempo de exposição mais alto. Para isto, é necessário que se limite a quantidade de luz captada pela câmera, senão, a imagem ficará muito clara, chegando ao ponto da água virar uma "mancha branca".
Como fazer?
Primeiro: UTILIZE O ISO MAIS BAIXO POSSÍVEL.
No caso da T2i, coloque em 200, que é o menor valor disponível. Assim, a sensibilidade à luz do sensor da câmera será menor, precisando de mais tempo para captar a mesma quantidade de luz.
Segundo: DIMINUA A ABERTURA.
No caso da lente que eu estava usando (uma 18-135mm), utilizei f/22. Lembre que valores mais altos representam aberturas menores. Quanto mais fechada, menos luz irá passar.
Terceiro: NÃO MEXA A CÂMERA.
Use um tripé, uma pedra, treine apnéia, pare de tremer, etc. Como não dava pra carregar um tripé na caminhada, não consegui achar nenhum apoio bom para a câmera. A solução foi segurar a câmera firme, tentar não tremer e parar de respirar durante o clique. Coloquei a câmera em burst e tirei umas 5 fotos, assim, selecionei a menos pior.
Dá para tentar utilizar o modo TV da câmera, assim, apenas selecione o tempo de exposição que deseja. Exposições acima de 1/10 de segundo já conseguem bons efeitos.
A seguir, uma foto do mesmo local com um ajuste diferente:
Esta foto foi registrada com ISO 200, f/14, 1/3s, 18mm.
NEM TUDO É PERFEITO!
Neste dia, a mata fechada e o tempo nublado ajudaram. Como? Havia pouca luz no local, então, ajustar o ISO e a abertura foram suficientes para obter o efeito desejado, mas em casos onde há muita luz, com sol, as vezes o menor ISO e a menor abertura não são suficientes para obter grandes exposições, então precisamos de mais uma forma para limitar a passagem de luz.
Para isto, normalmente são utilizados filtros. Filtros ND (Neutral Density) reduzem a quantidade de luz, como se fosse um "óculos escuro" para a câmera, obrigando ajustes diferentes. Normalmente são encontrados como ND +1, +2, +3, etc. Quanto maior o número, menos luz o filtro deixa passar. Na falta de um filtro ND, um filtro polarizador também limita a passagem de luz, porém, como menor intensidade, e ainda devemos ajustar a polarização do mesmo. Neste dia não foi necessário e eu não possuo o filtro também.
Seguem mais algumas fotos dos efeitos que consegui.
ISO 3200, f/4, 1/250s, 25mm.
ISO 200, f/9, 1/15s, 26mm.
ISO 200, f/22, 1/1,5s, 26mm.
Nas 3 fotos acima foram removidas as pessoas através da ferramenta Content Aware do Adobe Photoshop, pois o objetivo principal era o efeito na água.
Mais uma de outro lugar:
As fotos foram tiradas na trilha do Salto dos Macacos em Morretes-PR. Vale a pena conferir, mas o caminho é cansativo.
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Abraços!