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terça-feira, 20 de abril de 2010

Novos conceitos: Tempo de exposição e Abertura

Foto digital e fotografia analógica, têm muitos conceitos comuns, o que muda é a forma que a imagem é gravada, em um, utiliza-se uma película foto-sensível, em outro, um sensor eletrônico.
Digo isto, para começar a explicar o conceito de tempo de exposição.
Já conhecemos que existem filmes que podem ser mais ou menos sensíveis à luz, assim como sensores podem ser ajustados para serem mais ou menos sensíveis.
Se a sensibilidade já é conhecida, já foi ajustada, agora devemos saber, por quanto tempo a luz deve incidir sobre o sensor para que este consiga gravar a luz que está sobre ele. As câmeras, quando em modo automático, podem fazer isto automaticamente, então pra que eu preciso saber disto?
Um dos motivos, é saber que um tempo maior de exposição, requer que o objeto esteja parado por todo este tempo, assim como a câmera, que, se estiver na mão do fotógrafo, este deve permanecer totalmente imóvel por todo o período.
Outro, é que, em caso de fotos escuras, seja por interpretação errada do sistema automático da câmera, seja porque você quer utilizar o modo manual, podem ser modificadas alterando o tempo de exposição.

Nas fotos exemplificando o funcionamento do IS da Canon SX10, coloquei 2 fotos. Em uma, a foto ficou nítida, na outra, não. Nesta segunda, a imagem ficou tremida, prejudicada, não só pelo desligamento do IS, mas também devido ao tempo de exposição muito alto.
Nesta foto, o tempo de exposição foi de 1/3 de segundo, ou seja, por 333 milésimos de segundo o sensor ficou exposto à luz para que gravasse a imagem. Dificilmente conseguimos ficar totalmente imóveis. A postura, a maneira que você segura a câmera, se está em pé, sentado, deitado, tudo influi.
Neste caso, fechei as cortinas e apaguei as luzes. Havia apenas um pouco de luz do sol entrando no ambiente, por isso, a câmera necessitou de tanto tempo para registrar.
Mas, e se fosse um objeto que estivesse em movimento?? Na foto abaixo, o registro do movimento do ponteiro do relógio:

Nesta foto, foram 10 segundos capturando esta imagem, o ponteiro, por ter tinta reflexiva, emite um brilho maior, que fica registrado. O ponteiro dos segundos, deixou um rastro (os pequenos triângulos), o dos minutos, deslocou levemente, e o das horas, praticamente não se nota movimento.
Mas, para isto, a câmera precisou ficar sobre um tripé (qualquer outra superfície fixa serve) usei o temporizador para disparar (mesmo o movimento de tirar o dedo do botão de disparo treme a câmera).

Os tempos de exposição, em câmeras comuns, variam entre 15 segundos, até tempos mais rápidos, de 1/2000 segundos (0,0005s.). Estes tempos, abaixo de 1 segundo, são representados por frações, então 1/10 é maior que 1/1000, as vezes, algumas câmeras apresentam valores de 10, 40, 1000, para representar tempos de 1/10, 1/40, e 1/1000 respectivamente, para tempos acima de 1 segundo, representa-se com 1", 2", 2,3", etc. Com câmeras sem estabilizador de imagem, segurando na mão, eu dificilmente conseguia boas fotos com tempos maiores que 1/40. Com estabilizador, eu já consegui fotos com 1/3, mas são difíceis, geralmente coloca-se a câmera e os braços próximos ao corpo, e prende-se a respiração.
Então, quando for tirar fotos daquela corrida de kart, no final da tarde, ao ver que a câmera ajustou a velocidade para 1" (representa 1 segundo), nem perca tempo! Tente aumentar o ISO da câmera, achar um ponto da pista mais iluminado, e tente novamente. Objetos em movimento assim, normalmente pracisam de 1/100 de segundo para um registro legal.

Abertura de diafragma:

Primeiro! O que é diafragma?

Diafragma, é o conjunto de lâminas existente na objetiva da câmera (conjunto de lentes) que controla a quantidade de luz que entra.
Então, até agora surge o terceiro conceito sobre luz na fotografia:
Quantidade de luz, controlado pelo diafragma.
Tempo que a luz incide no sensor, controlado pelo temporizador.
Sensibilidade a luz, controlado pelo ISO.
Assim como o tempo, a abertura é identificada por uma fração, escrita de uma forma "estranha"
f/1.8, f/4, f/22, etc.
Estes valores, variam muito, de acordo com a lente que a câmera utiliza, e geralmente está escrito na frente da lente da câmera.
Dizer que a abertura é f/1.8, é dizer que o diafragma abriu mais (deixou passar mais luz) que quando a abertura é f/8, por exemplo, então, números maiores = aberturas menores! (Veja na imagem acima)
Então, quando você tem controle sobre a abertura, pode usar este quesito para controlar as condições da foto. Por exemplo, quando se está em um ambiente mais escuro, pode-se usar aberturas maiores, assim, conseguimos usar um ISO e um tempo de exposição menor.

Mas, a abertura faz só isso?

Só isso não. A abertura controla também o DOF (Depth of Field) ou Profundidade de Campo.
O DOF é um recurso interessante, representa a parte da imagem que ficará focada.
Com aberturas maiores, o DOF é mais curto, ou seja, uma área menor estará no campo de foco, e o resto, fora de foco. É muito usado, quando se quer desfocar o fundo da imagem.
Com aberturas menores, o DOF é maior, podendo ocorrer que quase toda a imagem fique focada.
Vamos aos exemplos:

Nas fotos, nota-se a diferença, na primeira, o objeto principal está focado, enquanto o fundo, totalmente desfocado, já na última o foco atinge quase que totalmente a cena.

Com esses conceitos básicos, uma câmera com alguns ajustes manuais, muitas fotos para treinar, e muita paciência, algumas belas fotos já podem ser tiradas.

ISO? Abertura?? Exposição???

Se você nem imagina o que significam estas "coisas"... então recomendo a leiutura. Descobrir para que servem, que diferença causam, é importante para tirar melhores fotos. Então vamos aos fatos:

ISO:

ISO, quando usado para filmes fotográficos, também é chamado de ASA, e representa a sensibilidade que o filme tem à luz.
Nas câmeras digitais, tem a mesma função.
Ou seja, quanto maior o valor do ISO, mais sensível à luz é a câmera.
Mas o que isso quer dizer?
Bom, sensibilidade, quer dizer, que é necessária menor quantidade de luz para iluminar a foto, pois o sensor/filme é capaz de fotografar mesmo com pouca luz.
Então devo utilizar o maior valor ISO que minha câmera suporta?
Não é bem assim. Quando você aumenta a sensibilidade do sensor, um efeito colateral pode ser percebido nas fotos, que é o ruído. São pequenos pontos coloridos espalhados pela imagem, fazendo com que esta ofereça menor nitidez, perca a definição de cores, e fique, muitas vezes, ruim. Em alguns casos, o ruído é desejado, caso um efeito de nostalgia queira ser adicionado, mas isto pode ser feito em algum programa de edição no computador, depois.
Melhor ver, que ler!
Abaixo, uma sequência, representando o efeito da alteração do ISO. Neste caso, todas as configurações da câmera foram mantidas fixas, a única alteração entre as fotos, foi o ISO.

 Nas imagens acima, é possível ver a diferença entre elas, a imagem em ISO 1600 ficou bem mais clara que a imagem em 80, neste tamanho, não se percebe perda de qualidade nas fotos.
Mas, se observarmos mais de perto, a qualidade muda bastante. Abaixo, uma sequência um pouco diferente. Aqui, foi alterado ISO, e a câmera tratou de ajustar o tempo de exposição para que todas as imagens ficassem com praticamente a mesma iluminação. Foi feito um corte em todas as imagens para mostrar um pouco mais de detalhes.
Agora, com esta aproximação, observa-se porque devemos conhecer os limites de nosso equipamento.
Estas fotos foram tiradas com uma CANON SX10 IS. É uma câmera da categoria das ultrazoom, possui sensor semelhante às compactas que são as mais vendidas por aí. Este tipo de sensor, pelo seu tamanho e características, costuma apresentar um ruído alto.
Existem as câmeras SLR, que possuem sensores maiores e características construtivas diferentes, o que melhora sua eficiência em ISO alto. Abaixo uma foto com uma T2i em iso 3200.

Então... uma SLR em ISO 1600 tem desempenho parecido com ISO 200/400 de uma compacta em alguns casos.
Logo mais, eu explico o pouco que sei sobre tempo de exposição e abertura de diafragma.